domingo, 13 de outubro de 2013

Tragédia matemática

     Eu ,Lucianny, professora de matemática, encaro este conto como uma bela "pérola da matemática".
Veja:
"Num certo livro de Matemática, um quociente apaixonou-se por uma incógnita.


Ele, o quociente, produto de notável família de importantíssimos polinômios.

Ela, uma simples incógnita, de mesquinha equação literal. Oh! Que tremenda desigualdade. 
Mas como todos sabem, o amor não tem limites e vai do mais infinito ao menos infinito.

Apaixonado, o quociente a olhou do vértice à base, sob todos os ângulos, agudos e obtusos. 
Era linda, uma figura ímpar e punha-se em evidência: olhar rombóide, boca trapezóide, seios
 esféricos num corpo cilíndrico de linhas senoidais.

- Quem és tu? Perguntou o quociente com olhar radical.

- Eu sou a raiz quadrada da soma do quadrado dos catetos, mas pode me chamar 
de Hipotenusa. Respondeu ela com expressão algébrica de quem ama.

Ele fez de sua vida uma paralela à dela, até que se encontraram no infinito. E se amaram
 ao quadrado da velocidade da luz, traçando ao sabor do momento e da paixão, retas e
 curvas nos jardins da quarta dimensão. Ele a amava e a recíproca era verdadeira.
Se adoravam nas mesmas razões e proporções no intervalo aberto da vida.

Três quadrantes depois, resolveram se casar. Traçaram planos para o futuro e todos 
desejaram felicidade integral. Os padrinhos foram o vetor e a bissetriz.

Tudo estava nos eixos. O amor crescia em progressão geométrica. Quando ela 
estava em suas coordenadas positivas, tiveram um par: o menino, em honra ao
 padrinho, chamaram de Versor; a menina, uma linda Abscissa. Ela sofreu duas operações.

Eram felizes até que, um dia, tudo se tornou uma constante. Foi aí que surgiu um outro. Sim,
 um outro. O máximo divisor comum, um freqüentador de círculos viciosos. O mínimo que
 o máximo ofereceu foi uma grandeza absoluta.

Ela sentiu-se imprópria, mas amava o Máximo. Sabedor desta regra de três, o quociente 
chamou-a de fração ordinária. Sentiu-se um denominador comum, resolveu aplicar a solução 
trivial: um ponto de descontinuidade na vida deles.

Quando os dois amantes estavam em colóquio amoroso, ele em termos menores e ela de 
combinação linear, chegou o quociente e num giro determinante, disparou o seu 45.

Ela foi transformada numa simples dízima periódica e foi para o espaço imaginário e ele foi 
parar num intervalo fechado, onde a luz solar se via através de pequenas malhas quadráticas."

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